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ESG: Entendendo os Principais Frameworks​

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Nos últimos anos, a atenção aos critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) cresceu significativamente. Empresas e investidores estão cada vez mais focados em como suas operações impactam o meio ambiente, como tratam as pessoas e como são gerenciadas. Para guiar essas práticas e garantir que as empresas sejam transparentes e responsáveis, diversos frameworks ESG foram desenvolvidos. Neste post, exploraremos alguns dos principais frameworks ESG.

Antes de mergulharmos nos frameworks, é importante entender o que significam os critérios ESG:

Ambiental (E): Refere-se a como uma empresa impacta o meio ambiente. Isso inclui o uso de energia, emissões de carbono, desperdício, conservação de recursos naturais e esforços para minimizar a poluição e o impacto ambiental, além de considerar as mudanças climáticas, entre outros fatores.

Social (S): Refere-se a como uma empresa trata as pessoas – funcionários, clientes, fornecedores e a comunidade em geral. Inclui aspectos como direitos humanos, condições de trabalho, diversidade e inclusão, segurança e saúde ocupacional, e contribuição para a comunidade, entre outros fatores.

Governança (G): Refere-se à forma como uma empresa é gerenciada. Inclui a estrutura de liderança, direitos dos acionistas, políticas de remuneração dos executivos, ética empresarial, transparência, política de compliance, LGPD, entre outros fatores.

Principais Frameworks ESG

Existem vários frameworks ESG que ajudam as empresas a relatar suas práticas e desempenhos em relação aos critérios ESG. Vamos explorar os principais:

  • Global Reporting Initiative (GRI)
  • Sustainability Accounting Standards Board (SASB)
  • Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD)
  • International Financial Reporting Standards (IFRS) – ISSB – (será obrigatório a partir de 2026)
  • Carbon Disclosure Project (CDP)

Compreender esses frameworks é essencial para qualquer empresa que deseja se destacar em suas práticas ESG e atender às expectativas crescentes de investidores e consumidores.

Global Reporting Initiative (GRI)

O que é?

O GRI é um dos frameworks mais conhecidos e amplamente utilizados para relatórios de sustentabilidade. Foi criado para ajudar as empresas a serem transparentes sobre seus impactos ambientais, sociais e econômicos. Tem um forte lobby e é o grande queridinho das empresas no Brasil.

Principais Características
  • Universalidade: Aplicável a qualquer tipo de organização, independentemente do setor ou tamanho.
  • Exaustividade: Abrange uma ampla gama de tópicos, desde emissões de carbono até práticas trabalhistas.
  • Stakeholders: Enfatiza a importância do engajamento com stakeholders (partes interessadas), como funcionários, comunidades e clientes.

Exemplo: Uma empresa que usa o GRI pode relatar suas emissões de gases de efeito estufa, consumo de energia, iniciativas de reciclagem, políticas de direitos humanos e práticas de governança.

Sustainability Accounting Standards Board (SASB)

O que é?

O SASB desenvolve padrões de contabilidade de sustentabilidade específicos para cada setor. Isso significa que os tópicos mais relevantes variam dependendo do setor em que a empresa opera.

Principais Características
  • Especificidade Setorial: Padrões específicos para 77 setores diferentes, como saúde, energia, tecnologia e transporte.
  • Foco Financeiro: Concentra-se em questões de sustentabilidade materialmente relevantes para o desempenho financeiro da empresa.
  • Comparabilidade: Ajuda investidores a comparar empresas do mesmo setor.

Exemplo: Para uma empresa de transporte rodoviário, o SASB pode focar em emissões de veículos, segurança no transporte e consumo de combustível.

Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD)

O que é?

O TCFD foi criado para ajudar as empresas a relatar riscos e oportunidades financeiras relacionadas às mudanças climáticas.

Principais Características
  • Riscos e Oportunidades Climáticas: Concentra-se em como as mudanças climáticas podem afetar financeiramente uma empresa.
  • Estrutura Baseada em Quatro Pilares: Governança, estratégia, gestão de riscos, métricas e metas.
  • Informações Financeiras: Destina-se a ser integrado nos relatórios financeiros das empresas.

Exemplo: Uma empresa de energia pode relatar como está se preparando para uma possível regulamentação de emissões de carbono e como está investindo em energias renováveis.

International Financial Reporting Standards (IFRS) – ISSB

O que é?

O International Financial Reporting Standards (IFRS), por meio do International Sustainability Standards Board (ISSB), visa desenvolver um conjunto global de normas de divulgação relacionadas à sustentabilidade para ajudar os mercados financeiros.

Principais Características
  • Harmonização Global: Pretende criar um padrão globalmente aceito para divulgação de sustentabilidade.
  • Materialidade Financeira: Foco em informações materialmente relevantes para investidores.
  • Convergência com Outros Frameworks: Trabalha para alinhar e integrar com frameworks existentes, como o TCFD.

Exemplo: Uma empresa de tecnologia pode usar os padrões ISSB para relatar suas práticas de sustentabilidade de forma compreensível e útil para investidores globais.

Carbon Disclosure Project (CDP)

O que é?

O CDP é uma organização sem fins lucrativos que gerencia um sistema de divulgação global para investidores, empresas, cidades, estados e regiões gerenciarem seus impactos ambientais.

Principais Características
  • Foco Ambiental: Concentra-se principalmente em emissões de carbono, gestão da água e florestas.
  • Avaliação Comparativa: As empresas são classificadas e avaliadas com base nas suas divulgações ambientais.
  • Pressão de Investidores: Incentiva a transparência por meio da pressão de investidores para que as empresas relatem seus impactos ambientais.

Exemplo: Uma empresa de manufatura pode divulgar suas emissões totais de carbono, iniciativas de redução de emissões e gestão de recursos hídricos.

Agora que entendemos os principais frameworks ESG, vamos compará-los em termos de escopo, aplicabilidade e foco.

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Os frameworks ESG são ferramentas essenciais para empresas e investidores que desejam ser responsáveis e transparentes em relação ao impacto que causam no meio ambiente, nas pessoas e na sua própria gestão. Cada framework possui suas próprias vantagens e áreas de foco, permitindo que as empresas escolham aquele que melhor se alinha com suas necessidades e objetivos específicos. Ao adotar e seguir esses frameworks, as empresas não só melhoram seu desempenho ESG, mas também constroem uma reputação positiva e duradoura, atraindo investidores e clientes que valorizam a sustentabilidade e a responsabilidade corporativa.

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